domingo, 5 de abril de 2009

Viagem ao reino da inutilidade

Tarde de sábado é bem propícia para a preguiça. Não é como a de domingo,  que se não fosse o futebol, seria o período ideal para hibernar e só acordar na segunda-feira. Mas, sabe como é, moro em uma cidade sem muitas opções de lazer e que, quando São Pedro resolve abrir o maçarico, não há cristão que aguente.

Como o povo aqui tem medo de sol e calor e ainda não arrumei voluntários para uma peladinha ou para assar umas carnes mal passadas, fiquei no sofá a tarde toda, curtindo um ventinho gelado do meu climatizador. Manejando o controle remoto, me deparei com a tradicional falta de opção nos mais de 150 canais da SKY. Aliás, TV por assinatura é o tipo da coisa que a gente vive reclamando, mas não larga. É melhor pagar mais de 100 reais por mês e dar a sorte de encontrar algo do que ficar à mercê da TV aberta e suas bizarrias.

Eu adquiri o Premiere Futebol Clube. Pacote básico, com Campeonato Carioca e Brasileiro das Séries A e B (fazer o quê, né?). Então, minhas modorrentas tardes de fim de semana são bem ocupadas, com pelejas emocionantes como Bangu X Americano - que me fez roncar e babar igual criança pequena há uns dois sábados atrás. Sem falar, é lógico, nos jogos do Vasco e dos outros clubes grandes do Rio.

Desde 1º de abril, o PFC liberou todos os estaduais para os assinantes. Além disso,também estão "di gratis" o canal de porradaria entre machos sem camisa (há quem goste...) e o pay-per-view do BBB 9. Pois é. Um verdadeiro banquete para quem gosta de ver gente (com muito menos neurônio) fazendo exatamente o que a gente faz em casa.

Não vou bancar aqui o intelectualóide mau humorado. Eu assisto o BBB de vez em quando. Me divirto com a falta de noção das gostosonas que estão no açougue, sabem que estão, mas fingem não estar e querem, a todo custo, mostrar que não são só um corpinho bonito. Deliro de gargalhar com os caras bombados fingindo erudição e citando aquelas frase dos Seleções do Reader´s Digest como se fosse o mais novo tratado científico. E, não sou hipócrita: babo com os corpos (siliconados, ou não) das moçoilas. Balizo meus votos e minha torcida ao longo do programa de acordo com a agenda de fechamentos de capa da Playboy. Penso sempre: "não... fulana não pode sair agora, pq a revista já tem capa do mês que vem... ela pode ficar mais um pouco com aquele biquininho na piscina...". Portanto, já digo logo: a Priscila NÃO pode ganhar. Afinal, como ela disse, se não vencer, ela vai ter que arrumar outras formas de ganhar o milhão tão sonhado. Quem sabe com uma participação nas vendagens de revista ela não consegue? 

Não preciso dizer em que canal eu fiquei um bom pedaço da minha tarde, né? Foi uma experiência daquelas. Acompanhei uma conversa interessantíssima dos quatro brothers restantes. Uma verdadeira aula de Francine para os demais sobre tudo que um bom sexo oral deve ter e como um homem deve dar prazer a uma mulher com outras partes fálicas do corpo. Biscoito fino. Foi mais de uma hora de puro sexo verbal que foi interrompida pelo enésimo toque de campainha da direção do programa, que implorava para que o assunto acabasse por ali. O papo só terminou quando Francine recomendou os filmes pornôs do Rocco, porque ele tem uma "mandioca daquele tamanho"... Imagino a cara das pobres mães de família que assinaram o pacote e resolveram assistir com seus pimpolhos enquanto não dava a hora deles "descansarem o almoço"...

Confesso que foi divertido. Mas, a viagem ao reino da inutilidade é um caminho perigoso. Pode não ter volta. 



3 comentários:

  1. Fica tranquilo, amigo: Priscila posa nua mesmo ganhando o BBB. Tá no DNA dela!

    abração e parabéns pela coluna!

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  2. Eu participei de uma parte dessa "tarde no BBB" e garanto: foi MUITO engraçado. O melhor de tudo era ver a Ana sem graça, como se nunca tivesse ouvido falar naquelas coisas...

    Tarde de sábado é um perigo para a intelectualidade.

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  3. Anderson,

    Vc foi preciso descrevendo o que é o BBB. Achei legal nas primeiras versões, mas hoje tá tudo muito igual.

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