quinta-feira, 9 de abril de 2009

Carregando a nossa cruz de cada dia

Semana Santa. Pois é. Esse ano tá voando. Não faz muito tempo e eu estava na Sapucaí curtindo as campeãs...  Chegou a hora de encher o bucho de chocolate e bacalhau. 

Alguns dirão que não é hora só de comilança. Que existe toda uma religiosidade embutida na data e etc. Toda aquela cantilena anti-materialista que muita gente repete ad-nauseam só para ser politicamente correto. É evidente que a Páscoa é uma festa de fundo religioso. Mas, como quase tudo em nossa mercantilista vida pós-moderna, ela está cada vez mais distante da religiosidade.

Quem me conhece bem, sabe que não morro de amores pela Igreja Católica. Como diriam os Titãs em um de seus clássicos, não gosto de padre,  não gosto de madre, não gosto de frei. Nunca me senti à vontade com a doutrina católica, tão cheias de culpas e hipocrisias. Muito menos, em qualquer momento de minha vida,  tolerei a figura de um Deus que só pune. Ao mesmo tempo, via católicos tão dotados de "religiosidade" fazendo de tudo durante a semana: fofocando no portão, falando mal dos outros, tentando enganar o padeiro no troco. Mas eles sempre foram santos. Bastava chegar cedo na igreja domingo, ajudar o padre nas leituras e participar mensalmente dos encontros de casais.

Por outro lado, dou muito valor à sincera religiosidade. Todavia, nunca achei que fosse preciso ir à qualquer templo ou igreja para isso. Conheço pessoas que se dedicam a cultivar bons pensamentos, que querem bem aos semelhantes e que conseguem viver de uma forma muito bonita sem ter que bater cartão na missa ou pagar dízimo. Eu as admiro. Por que, por mais que eu tenha me encontrado no kardecismo, não consigo parar todos os dias para uma simples oração. Tenho que melhorar nisso. Mas, pelo menos, não procuro fazer o mal a ninguém. Já é alguma coisa.

O que um anti-católico como eu pode tirar de lição da Páscoa? Bem... o maior exemplo para mim é o sofrimento e a luta de Jesus para propagar suas verdades e tentar ensinar a uma (já) egoísta e destrutiva humanidade que o único caminho é o amor e o respeito ao próximo. A cada dia mais me convenço que o sofrimento ensina e sempre vale a pena, por mais inglória que pareça a luta. Como já ouvi várias vezes no centro espírita, cada um carrega a cruz que merece carregar. A minha tá pesada. Mas sigo firme. Fiel aos meus princípios e, principalmente, sem dar rasteira em ninguém.

Uma boa Páscoa. Muito chocolate e bacalhau. E juízo.

Um comentário:

  1. concordo com vc... as pessoas nem sabem mais a razão de ser da semana santa... isso é mto triste...

    apesar de ser católica, não concordo com tudo que a Igreja prega, aliás ultimamente ñ tenho concordado com mta coisa lá....rs... mas acho importante termos fé e nos apegarmos à Deus, independente de religião...

    prefiro pensar que sou uma cristã, e não apenas uma mera seguidora do catolicismo... acho que tds as religiões têm defeitos e acertos e por isso mantenho minha "linha direta" com Deus sempre numa boa... afinal de contas se Ele é meu Pai, eu posso falar com ele qdo quiser, sem ficar precisando passar por milhares de santos... né não??

    well, that's it...

    beijos, boa páscoa :)


    ps: juízo?? isso é de comer?? kkkkkk

    bjs

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