sexta-feira, 19 de junho de 2009

Depois da tempestade...

EDITAL 003/POSJOR/2009
Resultado Final da Seleção

Art. 1º. – Após a avaliação das provas que compuseram a segunda e a terceira fases do Processo Seletivo, realizada pela Comissão nomeada pela Portaria 04/Posjor/2009 nos termos definidos no Edital 001/Posjor/2009, fica definida a seguinte lista dos classificados para a Turma 2009 do Mestrado em Jornalismo da UFSC:


3 - ANDERSON LUIZ CONDOR BALTAR

Linha 2 – Média 7,75

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Já que virou bagunça mesmo...

Lanço minha campanha pelo fim da obrigatoriedade do diploma para advogados, médicos, engenheiros e todas as outras profissões liberais.

Eu deveria ter sido cozinheiro...


Estupefato, indignado e profundamente decepcionado. É assim que me encontro agora, depois que o STF derrubou a exigência de diploma para o exercício profissional do jornalismo.

É inacreditável que, mediante o tão banal argumento da liberdade de expressão, que tamanho absurso seja referendado pela maior corte do país. Na verdade, por trás dessa desculpa irrefutável para os leigos, estão os interesses patronais, interessados em (cada vez mais) desmobilizar e desmoralizar a classe dos jornalistas e poder impor os salários e turnos de trabalho que bem entenderem. Afinal, a liberdade de imprensa nunca foi ameaçada com a obrigatoriedade do diploma. O espaço para a livre expressão de qualquer cidadão sempre foi resguardado, seja com a seção de cartas, seja com as páginas de opinião e ensaios, onde advogados, juristas, médicos, políticos, esportistas e outras classes sempre expuseram suas idéias.

Mas, me perdoe. Apurar uma notícia, construir um discurso equânime, dando voz aos dois lados envolvidos na questão, editar o material de uma forma equilibrada e saber definir critérios de noticiabilidade são funções exclusivas do jornalista e que são ensinadas no curso superior, por mais que existam faculdades ruins pelo Brasil afora e jornalistas que não tenham qualidade. Aliás, maus profissionais não são exclusividade do jornalismo. Se esse é o problema, acabemos então com a formação superior em TODAS as áreas.

Saem perdendo milhares de pessoas como eu, que gastaram anos de suas vidas para obter uma formação, que procuraram sempre se atualizar com cursos, que tentam ainda manter um mínimo de padrão de qualidade no trabalho e nos salários. Vencem os espertalhões, os ex-BBBs, os ex-jogadores de futebol, biscateiras, prostitutas e rufiões, que acham que ser jornalista é só segurar um microfone e falar um monte de baboseiras.

Acima de tudo, vencem as empresas de comunicação, que nunca se preocuparam em dar condições decentes de trabalho para a classe, pagando salários de diarista para profissionais formados. Que não sabem o que é pagar hora extra e que desmancham os postos de trabalho ao dar múltiplas funções para o pobre coitado que, hoje, cobre um evento para um jornal, para o site do jornal, é obrigado a manter um blog e ainda gravar sonoras para as emissoras de rádio e TV do mesmo grupo.

Interessante ver a insana decisão de Gilmar Mendes e seus blue caps de pouco $en$o de civilidade ser repercutida agora por todos os telejornais e portais da internet. Os mesmos que ignoraram o fato por meses e impediram um debate mais sério da sociedade sobre um assunto tão importante. Afinal, os novos formadores de opinião deste país não serão mais obrigados a nada. Sequer a serem alfabetizados, quem sabe?

O que resta? Eu acho que vou seguir a dica do abominável Gilmar Mendes e abrir um restaurante. Afinal de contas, se sou um bom jornalista, devo me sair como um bom cozinheiro também...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

As sedes da Copa

Em qualquer rodinha de conversa nesta segunda-feira, se debaterá a escolha das 12 sedes da Copa do Mundo 2014. Achei a escolha da Fifa bastante coerente. Tenho apenas algumas objeções, mas, no geral, acho que a Fifa estabeleceu critérios que levaram em conta a distribuição geográfica,  a tradição futebolística e a estrutura das cidades. E ainda fez uma politicagem básica... mas, isso é inevitável...

A Fifa contemplou as cinco regiões do país de uma forma bastante equilibrada. Ao contrário de alguns preconceituosos do Sul/Sudeste, não acho exagero nenhum termos 4 capitais nordestinas. A Copa será em junho e julho, em pleno inverno no Hemisfério Norte , e nada mais natural do que termos como atrativos para os torcedores belas cidades, com ótima estrutura turística e clima quente o ano todo. Os europeus vão adorar.  

Brasília é a capital e não poderia ficar de fora. As três capitais do Sudeste, sem contestação. Três dos maiores centros do futebol brasileiro.

O Sul pode se queixar de Florianópolis ter ficado de fora, mas, na minha opinião foi uma decisão acertada. A capital catarinense ainda não tem a estrutura urbana que Porto Alegre e Curitiba têm, especialmente no que diz respeito ao transporte público e trafegabilidade. A cidade cresceu muito rapidamente nos últimos 15 anos, e de forma desordenada, com engarrafamentos de deixar paulista com inveja. E os apagões, quase diários no verão? Não se repetiriam em uma Copa? Com certeza, isso pesou. 

Apenas acho que Belém poderia ser a sede da Região Norte, mas Manaus também tem seu valor. É uma cidade moderna e rica, ao contrário do que muitos preconceituosos acham. O que me preocupa é o que será feito do estádio de Cuiabá. Reconheço a importância do Centro-Oeste estar presente, mas a pouca tradição do futebol local fará do Verdão se transformar no maior elefante branco do Brasil depois da Copa. Mas isso não seria diferente se a escolha fosse por Campo Grande. Espero que a Copa faça o futebol matogrossense merecer mais atenção e investimentos, para justificar o que irá se gastar em um novo estádio.  

No meio disso tudo, quem se prejudicou foi Goiânia, que, por sua tradição e estrutura, não merecia ficar de fora. A proximidade com Brasília sepultou suas chances. Uma pena.

 

I´m back!

Depois de um longo e tenebroso inverno, resolvi voltar.
Mais uma vez.
Será que Anderson Baltar conseguirá manter esse blog em dia?
Saiba nos próximos capítulos...

terça-feira, 28 de abril de 2009

De novo, Simon?

E mais uma vez o soprador de apito Carlos Eugênio Simon aprontou.Não há explicação para o penalti que ele apontou para o Ceará, na decisão do campeonato cearense contra o Fortaleza.E a peça ainda vai para a Copa do Mundo. Só no Brasil mesmo que um mau profissional é premiado a cada vez que ele faz besteira. O lance bizarro, para quem ainda não viu, segue abaixo.

E, em seguida, publico aqui a carta do figuraça Eduardo Bueno, que foi recentemente condenado a pagar R$ 15 mil de indenização ao apitador por ter se referido ao mesmo de uma forma jocosa em um livro sobre a história do Grêmio. Vale a pena ler o irreverente desabafo do popular "Peninha".



O jornalista Eduardo Rômulo Bueno, o Peninha (foto), terá que indenizar o árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simonem R$ 15 mil por danos morais.

A sentença da 13ª Vara Cível de Porto Alegre, proferida pela Juíza  Nara Elena Soares Batista, saiu  dia 8 e também prevê a exclusão do nome de Simon nas reimpressões do livro ‘Grêmio - Nada Pode Ser Maior’, assinado por Peninha e publicado pela Ediouro.
O processo se arrasta desde 2006, quando foi lançado o livro, que afirma que Simon está incluído na “vasta estirpe de juízes que surrupiaram o Grêmio ao longo dos últimos anos”.

A juíza argumentou que chamar o árbitro de ladrão durante ou após um jogo é diferente de escrever em um livro. Já os advogados do jornalista alegaram que “a paixão envolvida permite visões distorcidamente parciais, típica das paixões”. As partes ainda podem recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado.

Em seu livro “Grêmio: Nada pode ser maior”, o escritor Eduardo Bueno, o Peninha, escreveu, no tom jocoso que caracteriza quase todo o livro, que tem até uma homenagem aos brucutus, em sua primeira linha, que “Futebol-arte, todo mundo sabe, é coisa de veado”.

Escreveu, também, que o assoprador de apito Carlos Eugênio Simon fazia parte da “infame estirpe dos juízes que surrupiaram o Grêmio”. Por isso foi processado. E perdeu. O que o levou a distribuir o texto abaixo:

Por EDUARDO “PENINHA” BUENO

Depois de quase dois anos de trâmites, o processo que o apitador Carlos Simon moveu contra mim encerrou-se, em primeira instância, nessa última “quinta-feira santa”.

Fomos, a editora Ediouro, que publicou o livro “Grêmio: Nada pode ser maior”, de minha autoria, e eu próprio, condenados a pagar cerca de R$ 15 mil ao referido apitador.

Não sei ainda qual a opinião da editora, mas estou enviando esse email para revelar, de público, que, embora ainda caiba recurso, faço questão de “desembolsar” a supracitada quantia, já que considero quase um galhardão, um prêmio, um presente ser processado por alguém da estatura e do currículo de Carlos Simon.

Por vários motivos:

1) Porque tenho a esperança de que o referido profissional use o dinheiro para fazer cursinhos de atualização em arbitragem, de forma que passe a errar menos, em especial contra o Grêmio;

2) Porque me inspirou para escrever o livro “Os erros de Carlos Simon”, que será lançado em breve, com a disposição altruísta de que a rememoração do extenso rol de suas falhas o leve aprimorar-se em sua profissão e não marcar mais impedimento em cobrança de lateral;

3) Porque descobri que Ricardo Teixeira e a Comissão de Arbitragem da CBF– que eu desconhecia serem letrados – leram (oh, espanto!) meu livro “Grêmio: Nada pode ser maior”.
Como costumo tratar bem meus leitores, vou enviar-lhes um exemplar da nova obra . Enviarei um também para a Confederação de Futebol de Gana, onde Simon é muito admirado;

4) Porque o caso me inspirou a criar um site, errosdesimon.com. aberto à atualizações do público em geral, já que o livro não conseguirá acompanhar a rapidez com que o panorama se modifica;

5) Porque vou reescrever o livro “Grêmio: Nada pode ser maior”, extraindo a frase capada pela justiça e, no lugar dela, acrescentar um apêndice com todos os erros do supracitado árbitro contra o Grêmio – sempre na tentativa de que ele se aprimore. O livro já vendeu 23 mil exemplares, mas sei que a torcida do Grêmio comprará muito mais da nova edição;

6) Porque disposto a ajudá-lo a se aprimorar também na profissão de jornalista – que diz exercer, embora eu nunca tenha lido nem mesmo a frase “Ivo viu a uva” escrita por ele -, venho lançar de público um desafio: ele escreve um livro e eu apito um Grenal e veremos quem erra menos. (Desde criança, meu sonho sempre foi apitar um Grenal…). Se o desafio for considerado despropositado, sugiro então um debate público sobre o tema: “O que leva uma criança a decidir ser juiz de futebol?” Ou então sobre a inquietante questão “Quem somos, de onde viemos e para onde vamos”.

7) Por fim, porque tal processo com certeza unirá nossas trajetórias profissionais por um bom tempo e haverá de servir de estímulo para nos aprimorarmos mutuamente no exercício de nossas atividades – levando ainda mais longe o nome do nosso amado Rio Grande.

E, se, porventura, as obras que pretendo escrever sobre o referido árbitro – sempre, repito, no intuito de aprimorá-lo no exercício de sua dura faina – vierem, por algum motivo, a ser censuradas, os processos daí decorrentes certamente irão deflagrar estimulante debate sobre os limites da liberdade de expressão e de opinião.

Tenho certeza de que esse será um tema instigante, cujo desenrolar haverá de colaborar para amadurecimento da nação.

Eduardo Bueno

domingo, 26 de abril de 2009

Tentando justificar a preguiça

Depois de uma semana que já começou abortada por um feriadão, tudo correu muito rápido. Afazeres se acentuaram, e, quando vi, já era noite de sexta. Como tudo que é bom acaba rápido, o fim de semana voou. E, agora, me vejo, na noite de domingo, em frente ao meu computador, procurando o que fazer para completar esse dia.

Foi quando pensei: "faz alguns dias que não atualizo o blog. Estou falhando com meus poucos e fiéis leitores". Fiz o login no Blogger e quase caí para trás quando constatei que não escrevia aqui desde o sábado da semana passada. Sem dúvidas, ando bastante relapso. 

Jornalistas são acometidos de uma síndrome engraçada, a da abstinência do texto. Mas, ao contrário dos adictos, que não conseguem ficar sem seu vício, o jornalista, nas horas de folga, foge, igual diabo da cruz, do delicioso exercício da escrita. Pelo menos, eu sinto isso.

Nos meus tempos de faculdade, quando fazia parte do Centro Acadêmico, sempre organizávamos palestras para os calouros se ambientarem com a universidade. Em um dia determinado, reuníamos os neófitos para aprender sobre o curso de jornalismo. Daniel Welman, um dos professores com quem mais aprendi, era sempre convidado a falar e invariavelmente chocava a molecada ao dizer que jornalista não gosta de escrever. "Se você gosta de escrever, vá para Letras", sempre dizia Welman.

Na época tal afirmação me chocava um pouco, mas hoje me faz todo o sentido. O bacana do ofício de jornalista é se sentir parte integrante da história (por mais insignificante que ela possa parecer). É ouvir, conversar, colher informações, visitar lugares, se passar por outros personagens, se colocar na pele do mais favorecido ou do menos inteligente. Trazer para a redação (ou para casa, como fazem os freelancers - categoria na qual me incluo) relatos interessantes, que vão mexer com a vida de uma, algumas ou quase todas as pessoas. É um processo tão bacana que, não tem jeito, dá preguiça de escrever. É como se não quiséssemos voltar para a nossa realidade ferrada e mal paga, que nos acomete no instante seguinte que digitamos o ponto final na matéria e lembramos que temos contas a pagar.

A verdade é só essa. Eu escrevo tanto, o dia todo, tanta coisa que nem me lembro. Respondo e-mails diversos, fecho textos, análises, projetos. Caio na porrada em lista de discussão e comunidades do Orkut. E, quando a escrita tem que ser um mero exercício de prazer, eu acabo ficando meio cansado. 

De uma coisa eu tenho certeza: eu não devia mesmo ter feito Letras, apesar dos três períodos em que estive matriculado em Português-Literatura na UFRJ...