terça-feira, 31 de março de 2009

Viagem até junho de 1991



Estava até agora sem tema para escrever no blog e me sentia agoniado. E não era para menos: havia criado um compromisso comigo mesmo de escrever todos os dias, nem que fosse uma mísera e boba frase (o que foi feito ontem -  convenhamos, a seleção do Dunga não merece muito mais do que isso). Por outro lado, como sempre priorizei a qualidade à quantidade, não poderia brindar meu seleto rol de leitores com qualquer baboseira, só para "marcar ponto".

Em busca de inspiração, naveguei. Coloquei a coletânea do John Lennon, que baixei ontem, e fui à luta. No Orkut, me deparei com o álbum da coleguinha Ana Cristina. Ela, apesar de termos estudado no mesmo colégio em turmas diferentes, só cruzou efetivamente meu caminho anos depois, quando eu era assessor de imprensa da União da Ilha e ela era uma intrépida repórter do jornal Golfinho, órgão de divulgação do Iate Clube Jardim Guanabara. Nesta mesma época, ela estava tentando juntar o pessoal das antigas do Colégio Newton Braga para um reencontro na festa junina anual - o que, confesso, não sei se foi colocado em prática.

No perfil da Ana Cristina, vejo um álbum de fotos dos seus tempos de colégio. Pensei: "Mesmo sabendo que não estarei lá, vou ver. Quem sabe não encontro algo interessante?". Revi professores do meu tempo, como o Antônio Neto, de Inglês, a Ângela Falabella (sim, irmã dele mesmo...) e a Lucia, de Biologia, que marcou minhas lembranças pelas tiradas de duplo sentido e seu perfume provocante. 

Qual não foi minha surpresa ao ver que haviam fotos da festa junina de 1991. O mágico ano de 1991, quando estávamos no 3º ano do segundo grau e quando o moleque nerd do Galeão começava a descobrir as maravilhas de fazer parte de uma turminha. E aí,  me vejo, aos 16 anos, sorridente, ajudando o time do 3º ano a ganhar a tarefa da gincana, que era a de levar para o pátio o maior pão. Demos uma surra naqueles pirralhos insolentes da 8ª série, dentre eles, meu vizinho Renato Sunny e uma grande amiga que a ECO me legaria anos depois, Leíse Duarte.

Foi impossível não chorar. O Anderson, de quase 34 anos, olhou nos olhos do Anderson de 16. Muita coisa mudou (especialmente o peso...). Mas, na essência, continuo sendo o mesmo garoto sonhador e um tanto temente às armadilhas da vida que era em 1991. Vi pessoas que foram muito especiais para mim, mas que, por um motivo ou outro, a vida nos separou. Faz parte do jogo. São atores de nosso grande teatro. Alguns entram com papel definido, outros surgem e roubam a cena. A verdade é que, mesmo sendo diretores de nossos espetáculos, nunca podemos driblar as situações criadas pelos imprevistos.

O fato é que senti saudades hoje. Daquelas gostosas. 

2 comentários:

  1. Saudade... é uma coisa boa demais... pelo menos eu acho...
    Vc só sente saudade daquilo que te marca, daquilo que é bom, daquela pessoa que é especial prá vc...
    Esse é um dos sentimentos imprescindíveis na nossa vida :)

    Uma ótima terça prá vc...

    bjs :*

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  2. Caro coleguinha,

    Me senti lisonjeada por ter sido citada no seu post e, principalmente, pq minha iniciativa de resgatar as fotos antigas do nosso tempo de colégio lhe trouxeram boas lembranças e lhe despertaram as saudades que eu também senti quando folheei meus velhos álbuns.

    Bons tempos que não voltam...

    Beijo grande.

    ANA CRISTINA SOARES

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